segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Filme Amizade Colorida

Amizade Colorida dá um upgrade na velha comédia romântica

A fórmula básica das comédias românticas é muito anterior ao cinema. As peças de teatro escrita por Shakespeare no século XVI (como “Muito Barulho por Nada” e “Sonho de Uma Noite de Verão”), já exploravam a receita sobre duas pessoas que se conhecem mas, apesar da atração óbvia, não se envolvem romanticamente por algum fator, até que, após alguns desentendimentos, se dão conta do quanto são perfeitos um para o outro.
“Amizade Colorida” segue a cartilha à risca. A trama, que lembra o recente “Sexo sem Compromisso”, traz Mila Kunis no papel de headhunter que enxerga no blogueiro interpretado por Justin Timberlake, talento para comandar a divisão online de uma famosa publicação de moda masculina. Cativado pela jovem, o designer troca Los Angeles por Nova York e ambos, que acabam de ter seus namoros interrompidos abruptamente, iniciam uma amizade. E quando essa relação atinge o ápice, decidem transar apenas para aliviarem as tensões, acreditando que um relacionamento sério só atrapalharia tudo.


 Se, num primeiro instante, “Amizade Colorida” consegue “enganar” o espectador com diálogos afiados e bom ritmo – onde citações a George Clooney, Katherine Heigl, filmes e seriados são feitos na tentativa de aproximar os protagonistas do público-alvo -, fazendo-o acreditar que seu objetivo é mesmo tirar sarro das comédias românticas, não demora muito para o longa ceder aos clichês mais característicos do gênero, desesperadamente tentando enquadrar-se como tal.
O desastre anunciado é evitado graças a um roteiro astuto, escrito a oito mãos, entre elas as do diretor Will Gluck, que torna esta “transição” aceitável por meio de divertidas situações.

A química entre o casal principal também ajuda. Sem Justin e, principalmente, sem Mila (indicada ao Globo de Ouro de Atriz Coadjuvante por “Cisne Negro”) o filme seria completamente descartável. Eles inserem uma energia vibrante nos papéis, além de doarem os próprios corpos para a trama.
E ainda vem de lambuja ótimas performances dos coadjuvantes “seniors” Richard Jenkins (o pai com Alzheimer do personagem de Justin) e Patricia Clarkson (a mãe inconsequente de Mila).
Tendo os jovens como “target”, o longa abusa um pouco de “product placement” (prática comercial chamado equivocadamente no Brasil de merchandising). Sobram cenas com os gadgets da moda. Nem mesmo os créditos finais são poupados – onde uma mão movimenta os nomes como se estivesse numa tela de ipad. Mas os anúncios são inseridos de maneira tão sutil que a geração Facebook vai acreditar que tudo não passa de um reconhecimento da importância da tecnologia na sociedade moderna.

Embalagem moderninha à parte, “Amizade Colorida” não rompe com o conservadorismo esperado pelo público fiel das comédias românticas, sem realizar mais que um upgrade nos clichês que fingem ironizar. Ao menos, garante risadas despretensiosas – e é muito melhor que seu “precursor” “Sexo sem Compromisso”. Vale a pena assistir e se divertir!


Maressa Ribeiro 2ªA

2 comentários:

  1. Olha, se bem que "Sexo sem compromisso" também é muito bom (:. Adorei Maah *--*

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  2. obg, também amei sexo sem compromisso :)

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