sexta-feira, 15 de abril de 2011

Resenha: Quando a morte se apresenta, ouça-a.


“Decididamente, eu sei ser animada, sei ser amável. Agradável. Afável. E esses são apenas os As. Só não me peça para ser simpática. Simpatia não tem nada a ver comigo.” Foi essa citação que fez com que me interessasse pelo livro. Sinceramente, me senti convidada para compartilhar dessa história.
Estamos cansados de saber sobre Nazismo, Hitler e companhia, mas Markus Zusak realmente surpreende com a história da pequena garotinha numa alemanha nazista.
Liesel Meminger, uma menina pobre, forte e sonhadora conseguiu passar pela perda do irmão, por medos, surras, a vida numa família nova e pobre, letras e roubos. Aliás, muitos roubos! e realizados por nossa pequena protagonista. Daí o nome da obra: A menina que roubava livros. Por tudo que passou, a garota mereceu ter sua história contada por uma observadora peculiar que a encontra três vezes: a Morte. Isso mesmo! Essa pequena menininha consegue encontrá-la três vezes sem ser pega.
A narradora vai apresentando acontecimentos históricos no decorrer da história. Alguns mais, outros menos conhecidos pelos que sabem um pouco sobre o nazismo. Como o fato de que alguns alemães desobedeciam algumas regras e viam o povo judeu como pessoas comuns.
Em cada acontecimento a macabra narradora vai colocando as coisas mais simples de uma forma impressionante e, da mesma forma, apresenta coisas que a sociedade considera importantíssimas como meros detalhes. Irônica o tempo todo, ela não nos deixa suspense – para a morte, o fim de um ser humano chega a ser rotina, não é? – isso tudo deixa a narrativa muito mais impactante.
O que impressiona também é a estética do livro. Com notas da morte em toda a obra: 

“• UMA VERDADEZINHA •
Eu não carrego gadanha nem foice.
Só uso um manto preto com capuz quando faz frio.
E não tenho aquelas feições de caveira que vocês
parecem gostar de me atribuir à distancia.
Quer saber a minha verdadeira aparência?
Eu ajudo. Procure um espelho enquanto eu continuo.”

A menina que roubava livros é uma história maravilhosa, sem deixar de ser triste. Diria que é uma história “maravilhosamente triste”.
É como a própria (inusitada) sinopse alerta: “Quando a morte conta uma história você deve parar para ler.”

E foi isso que fiz, e sugiro que faça também: leia, emocione-se, converse com a morte, faça dela sua amiga, tal como eu fiz. Apaixone-se pela vida de Liesel Menimger como eu me apaixonei. Boa leitura!

Ana Eduarda Rodrigues, 2ª A

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