terça-feira, 27 de setembro de 2011

Onde andam os ex-alunos?

 Saímos "à caça" de alunos que já passaram pela nossa escola e conseguimos encontrar alguns. A partir de hoje, passaremos a publicar os depoimentos deles. Afinal de contas, você já parou pra pensar o que vai fazer daqui a alguns anos, quando já estiver fora do João? Esperamos que as histórias aqui sirvam de inspiração e de exemplo a todos! 
Quanto aos nossos ex-alunos, muuuuuitas saudades de vocês!!!

O primeiro depoimento é do aluno Renan Fornaziero de Oliveira. Ele terminou o curso de Letras na Unesp de Assis e está fazendo o Mestrado (aquilo que a gente faz quando resolve continuar estudando depois de terminar a faculdade...). Diga aí, Renan!



Sinto-me muito feliz em poder inaugurar este espaço e poder compartilhar com os atuais e ex-alunos do João Conceição um pouco da minha trajetória. A minha história nesta escola é um tanto antiga já, se não me falhe a memória (a memória que por vezes cisma em confundir-nos – será a idade?) data de 1997... Há quase 15 anos atrás, com que rapidez o tempo passou! Mas lembro-me com exatidão de detalhes este percurso até o dia de hoje, e tentarei traduzir em palavras àqueles momentos que trago no coração... Eu tinha, então, 8 anos de idade e ingressava na então 2ª série do ensino fundamental. Acho que fui uma das últimas turmas deste ciclo e de lá para cá muitas mudanças aconteceram. As físicas, por exemplo: aquele imenso terreno fechado que hoje é a quadra e, ainda, a cantina, que não tinha prédio próprio. Mas as pessoas que eu encontrei, essas sim, deixaram marcas... A Bel, cuja voz nos inebriava em dias de festividades; a Eliana, com seus bolos deliciosos; a Eliana, Fátima e Djanira, que pacientemente me atenderam desde então. É impossível elencar todos e, de antemão, peço desculpas; porém, existem pessoas que merecem ser lembradas e, ainda, merecem a minha eterna gratidão. Não posso deixar de citar a Juliana, a única professora de história da minha vida (e mesmo que outras tivessem existido, continuaria sendo única). Acho que fui privilegiado por isto, pois nunca encontrei outra pessoa que tivesse passado pela mesma experiência, salvo os meus colegas de turma. O carinho com que sempre tratou a todos, sem exceção, e a dedicação em nos ensinar da melhor forma possível me mostraram o que era ter vocação... A Silvana, que muito prontamente atendeu aquele aluno indeciso, e com o sorriso que lhe é próprio, me estendeu a mão... A Gisele, que com suas coreografias, me ensinou brincando. A Cora, que me mostrou que para ser legal não precisa ser conivente, e que com pulso fez o melhor... A Ana Maria, cujas aulas me deixaram perplexos e me despertaram a imensa vontade de também ser um profundo conhecedor... E os amigos, que até hoje ainda reencontro, mesmo separados por distâncias imensas... Estes são eternos... Ao deixar o colégio, em 2006, um novo mundo se delineava, e eu sentia-me preparado para enfrentá-lo, afinal, fui, de fato, preparado. Mas algo inesperado me aconteceu... Um dia, na espreita do corredor, eis que sou chamado pela coordenadora da escola, a Wilsa, que me informou da possibilidade de concorrer à uma isenção para fazer o vestibular da UNESP. Como a oportunidade deveria ser estendida a todos, um sorteio foi realizado (sem o conhecimento dela) e eu não fui contemplado. Confesso que fiquei decepcionado, mas o melhor estava por vir. Ela me disse que poderia me inscrever como “inscrito adicional” e, caso houvesse bolsas disponíveis, eu poderia receber a isenção. Claro, tudo feito sob sigilo absoluto (revelo hoje o segredo). Dias depois, ela me chama novamente, eu fora aceito, e precisava fazer minha inscrição. Fiz, então, minha inscrição para Letras na UNESP e escolho o campus de Assis que, até aquele dia, não sabia em que parte do estado se localizava. Poucos meses depois, recebo a minha convocação, e deveria o mais rápido possível realizar minha matrícula. Feliz com a notícia, fui ao encontro da Juliana e da Silvana, que ficaram igualmente felizes e me apoiaram a seguir em frente, sem medo... Terminada a graduação, ingresso no Mestrado em Letras na UNESP de Assis e tento, de algum modo, passar aos alunos que hoje estão sob minha tutela os mesmos ensinamentos que me foram passados com tanto amor e dedicação... Chegar à universidade, e pública, foi um sonho que realizei, e sem as pessoas do João Conceição, que seguraram a minha mão, eu não teria chegado até este ponto. Hoje, sou professor de francês e já começo a aspirar pelo doutorado. Quero, com este texto, poder dividir com você, leitor, o meu apreço, carinho, e sobretudo gratidão, por este lugar que me possibilitou poder sonhar com um futuro melhor. Termino, assim, tomando emprestado palavras de Lygia Fagundes Telles: “ousar o risco, sem chorar. O importante é a intensidade do empenho.”

RENAN FORNAZIERO DE OLIVEIRA
22/09/2011

Um comentário:

  1. oown amei, é super importante pra nos alunos que estudam, e querem ser algo depois da escola, ler esse depoimento! Parabéns Renan!

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