quarta-feira, 18 de abril de 2012

Plutão.

Eu o vejo! Sim, eu o vejo.

O vejo no bares, nos livros, nas árvores,
nas ruas das pacatas cidades,
nas amizades feitas com tanta facilidade.
O vejo nos tons de cinza e marrom
e também o vejo na chuva fina — aquelas,
que deixa a gente meio doente.
O vejo em presságios de dias bons
e na ventania que leva minhas incertezas
e traz um pouco de saudade.

E eu o sinto.

O sinto no dedilhar de violão, na nota entoada,
no verso recitado e na palavra cantada,
o sinto no corte do dedo ao tentar cortar uma maçã,
no escorrer de uma lágrima, no nascer de uma manhã,
no martelar infinito da dúvida
de como seria se não o parasse para conversar aquela tarde. 

E eu o busco.

O busco no vazio de mim e nas multidões,
nos meus sorrisos amarelos, na pressa de partir
em meio aos números, nos e-mails dos cartões,
e na vontade de sumir.
(De voar pra Plutão e me instalar lá, com muitos cobertores felpudos.)


      Será que ele está lá Plutão? Com cobertores e chá quente?
                   — Não sei, não se pode viver em Plutão.
           Vamos? Quem sabe o encontro passeando por lá...
               ... e escondendo minha vontade de escrever sobre a gente.


                                                                  Ana Eduarda 3º A

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