quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Egoísmo e passividade: conseqüências

De povo heroico – como brada nosso hino nacional – o brasileiro não tem nada. Perdeu-se tal qualidade no passar dos tempos. Podemos lembrar com orgulho de brasileiros que marcaram a história: Tiradentes teve seu corpo espalhado pela cidade; Zumbi do Palmares fugiu da escravidão; estudantes protestaram contra a repressão da Ditadura Militar, gente que lutou a favor da liberdade, o Brasil de outrora que dá gosto de lembrar! Mas o presente do nosso Brasil não é nada satisfatório, ao contrário, inglório. Há pelo menos três características que embasam nosso “jeitinho brasileiro”... Cada vez mais podemos notar a tendência individualista que abrange desde o sujeito inconveniente que põe o som no ultimo volume, desprezando os vizinhos, até o extremo de quem suborna o seu próximo. As pessoas querem sempre levar vantagem umas sobre as outras; assim, podemos afirmar que no Brasil, a vontade individual se contrapõe ao direito coletivo. Outra postura abominável dos brasileiros é a passividade. Estamos insatisfeitos com o governo, mas não reagimos! Seus atos corruptos, em vez de serem rebatidos, apenas servem de reflexo de conduta popular, ou seja, temos um mau exemplo que vem de cima, que refletimos em nosso dia-a-dia e isso vai tecendo nosso jeitinho brasileiro de ser. Apenas quando acontece uma desgraça em grande escala é que a sociedade se mobiliza – como a tragédia que matou pelo menos 236 jovens em Santa Maria. O repórter Nilson Mariano (jornal Zero Hora) afirma: “A passividade pode ser fatal. Abdicar do exercício da cidadania é compactuar com a negligência. É estimular a burla dos gananciosos que descumprem normas na busca do lucro fácil, como forrar a boate com uma espuma barata e de baixa qualidade, que expele fumaça venenosa se pegar fogo.” A terceira e talvez a mais saliente característica é a ideia de inconsequência. Por qualquer delito a pessoa não terá punição ou será facilmente perdoada. Qualquer desvio de conduta “não vai dar nada” – muitos pensam assim. É por isso que se dirige acima do limite de velocidade, se estaciona em local proibido, não se é cordial nas filas, entre outras coisinhas mais. A questão é que o povo brasileiro está perdendo os valores, o respeito pelos outros e pela lei, o senso crítico de poder questionar, protestar, revolucionar – tais atitudes aprazíveis foram deixadas de lado, dando lugar ao egoísmo e ao comodismo. Às vezes, nos orgulhamos desse artifício que expressa a nossa criatividade ou capacidade de improvisar. Mas em muitas situações ele nos envergonha, pois é usado como cobertura para a malandragem, para a corrupção e para a transgressão de normas sociais, causando prejuízos para terceiros... Acorda, Brasil!!! Até quando vamos manchar nossa história com tal reputação?

Carol Soares , 3a série EM